No dia 18 do mês passado, episódio semelhante foi registrado na portaria da UFMG, que convive, além das ocupações de 19 prédios, com greve de professores e funcionários também contrários à PEC que limita o teto de gastos do governo federal.
Conforme relatos postados nas redes sociais, o ato da noite desta quarta-feira (7) foi marcado pela queima de objetos na Avenida Antônio Carlos, na portaria da universidade, e contou com a presença de estudantes secundaristas. O ato fechou o tráfego na região, e os ativistas se recusaram a sair do local. Em seguida, os ativistas relataram terem sido retirados da avenida após a PM ter feito uso de balas de borracha e bombas de efeito moral.
Conforme o DCE-UFMG (Diretório Central dos Estudantes da UFMG), estudantes correram para dentro da universidade e foram perseguidos pela PM. Alguns universitários se feriram, mas foram socorridos e passam bem. O diretório informou que a tropa de choque da PM invadiu o campus e, após duas horas, retirou-se da universidade.
Em nota, a reitoria da UFMG protestou pela segunda vez contra ação dos militares.
"Foi uma ação mais violenta do que aquela que a PM perpetrou no dia 18 de novembro passado", trouxe o informe
"Repudiamos a ação da polícia, que mais uma vez, se revelou despreparada para lidar com manifestações da sociedade', revelou o reitor Jaime Ramirez.
Conforme a direção, apesar de representantes da universidade terem se oferecido para mediar uma negociação, a PM teria iniciado uma nova ofensiva, desta vez, em direção ao prédio da Escola de Belas-Artes, onde a maioria dos ativistas buscou abrigo.
Ainda segundo a UFMG, somente após contato do reitor com o gabinete do governador Fernando Pimentel (PT), a polícia saiu do local.
Ramirez voltou a cobrar posicionamento do governo do Estado.
"É inaceitável que a polícia entre no campus da UFMG, dispare e agrida estudantes, professores e servidores técnico-administrativos", avaliou o reitor.
Máscaras, pedras e paus
O comando da Polícia Militar de Minas Gerais informou, por meio da sala de assessoria de imprensa, que os participantes do ato estavam usando camisas e toucas para esconderem os rostos e ainda se recusaram a liberar a via para o tráfego de veículos, sendo necessária a intervenção para a liberação da avenida, apesar de tentativas de negociação com os ativistas. Ele também adiantou que muitos manifestantes portavam peças de tapumes de madeira no formada de escudos, o que denotaria a intenção deles de partir para o enfrentamento. A ação da PM foi registrada por câmeras usadas pelos comandantes da operação. Segundo ele, o material está sendo juntado a imagens de câmeras de videomonitoramento instaladas na região e será colocado à disposição da sociedade.
O tenente admitiu o uso de bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo contra os estudantes, mas ele afirmou que as filmagens vão comprovar os ataques feitos pelos estudantes aos policiais.
Em relação à entrada da tropa no campus, o oficial declarou que a ação se deu em razão de os alunos terem arremessado pedras e paus, de maneira contínua e de dentro da universidade, contra a guarnição. Ele adiantou que o material foi recolhido.
"Houve o estado legítimo de flagrância. Diante de uma situação de flagrante delito, qualquer local passa a ter autorizada a entrada da autoridade policial", relatou. Ele finalizou afirmando que nenhuma pessoa foi detida.
A assessoria do governo de Minas Gerais ressaltou que integrante da Secretaria de Direitos Humanos de Minas Gerais esteve na UFMG, durante o ato de ontem, e irá produzir um relatório para o titular da pasta
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